Festa particular fecha rua pública e abre polêmica no Carnaval de Ilhéus

Um carnaval de rua tomou conta dos debates nas redes sociais, no sábado de Carnaval, em Ilhéus. Internautas questionavam o porquê de uma rua inteira ter sido fechada, no bairro do Pontal, numa área próxima a grande movimentação de pessoas (perto do aeroporto Jorge Amado) para a realização de uma festa particular, com cobrança de ingresso e tudo mais. De acordo com a denúncia, até a garangem de um prédio foi bloqueada pelos organizadores. "Isso foi autorizado pela Prefeitura?", questionou um dos internautas. O assunto dividiu as redes. "É uma festa tradicional do Pontal", defendeu um leitor. "Isso é festa de rua, onde há encontro de pessoas de bem, família, crianças. Com o único intuito da pura diversão", reforçou o outro.

De fato, ao que parece, os denunciantes não estão contrários às festas de rua. Não é o conteúdo. É a forma. "Um espaço público está sendo fechado para atender a um empreendimento. Isso é privatização do espaço público! Que aconteça, que tenha autorização do poder público, mas não pode impedir o acesso de moradores às suas casas", cobrou Maria do Socorro Mendonça, líder do Instituto Nossa Ilhéus, que tem como um dos pilares de sua luta a melhoria da mobilidade urbana de Ilhéus. "Privatizaram a rua porque tem uma regra diferente para o Carnaval, pressupondo que pode tudo? A rua toda tem que ouvir o som e compartilhar da festa de um pequeno grupo?? Onde está o documento de assinatura de todos da rua autorizando isso? ", questiona o jornalista Victor Kruschewsky Montargil.

Ainda não se sabe se a Prefeitura apoiou e autorizou o evento privado em rua pública. O certo é que os "gelos baianos" usados para bloquear o acesso pertencem a Secretaria de Trânsito, fato comprovado por um dos seus agentes na imensa lista de comentários sobre a postagem. Só não houve agente no local para ajudar a organizar a festa polêmica. E não se sabe se, além dos organizadores, quem mais lucrou com isso.